sexta-feira, 16 de outubro de 2009

De niilista a otimista

Desconfie dos dados, mantenha-se distante das estatísticas. Elas podem ser tendenciosas e parciais, podem manipular uma pseudo-realidade de um modo que você até acredita que a educação brasileira é um exemplo mundial.
Cuidado com as colocações prematuras, com as palavras erradas. O nosso alfabeto, com todas as palavras possíveis de serem criadas, incluindo permutações ilógicas, é insuficiente pra expressar a grandiosidade das bobagens que passam pela mente humana. Cuidado, você pode se equivocar ao dizer que escolheu alguém (seja lá para o que for).
Seja incrédulo quanto as premiações. Isso pode lhe poupar alguns momentos de inconformação. Ora, você não assiste VMB realmente acreditando que Cordel do Fogo Encantado vai ganhar, não é mesmo? Porque se você assiste sabendo que vai detestar ver a banda-relâmpago ganhar o prêmio de "A melhor banda de todos os tempos da última semana", parabéns, você está no programa certo. Para enfatizar essa questão, não se esqueça que Obama acabou de ganhar o Nobel da paz, e Ghandi morreu não ganhando sequer uma medalha-latão da paz.

Isso é para os meus amigos, e para todos que estão mobilizados/sensibilizados/frustrados com o fato ocorrido hoje de manhã sobre quem seria nosso homenageado na formatura. As palavras que usaram para nos confortar foram insuficientes, os dados não expressaram a realidade da maioria (e ainda que fosse minoria, é indiferente) e a premiação vai ser apenas uma premiação. Todos os outros professores continuarão sendo homenageados pelos alunos que os queriam como tal; e o fato de eles não ganharem um presentinho da escola não significa que eles não tenham tamanha expressividade, não significa que eles não mereçam, não significa que eles não sejam especiais da mesma forma. E agora falo por mim, são até mais.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito do que eu poderia te dizer sobre [i]política[/i] (e muito, nesse caso, não siginifica, de fato, muito), você mesma observou, ou viveu, nessa experiência cotidiana. Colégio, grupos, escolhas, interesses próprios, individualismo, maioria, representatividade, etc. Não faltou quase nada... Isso faz calos, entende? O desafio é não deixar de indignar-se, não perder a sensibilidade, crer que "isso" é normal...

Fora isso, gostei do paralelo com o Obama... de certo modo, veio a calhar.

B. Ariola disse...

Muito bom, Van!
Foi decepção mesmo, mas, repare só, passado uma semana, a polêmica nem veio mais à tona.

Não é justo mesmo nomear o homenageado como "meu". É alguém que representa e só vemos a representação de uma viagem ao Sul no meio do ano.
Cabe a nós saber quem realmente homenageamos. E as ideias dos presentinhos, coisa e tal.
Para quem REALMENTE fez uma diferença, pra mim no último ano, e pra vocês durante a trajetória nesse colégio.

Também gostei do paralelo com o Obama.
Ah, e minha vaidade viu na citação do VMB alguma coisa do "tudoculpadorock" e as nossas conversas na escola!


Abraço!
continue escrevendo, sempre.