sábado, 17 de outubro de 2009

Brazilian beef, naturally healthy



Depois eu escrevo sobre isso, porque agora eu estou perplexada demais para escrever algo compreensível e sensato. Mas, se você rir desse cartaz absurdo, eu já fico satisfeita.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

De niilista a otimista

Desconfie dos dados, mantenha-se distante das estatísticas. Elas podem ser tendenciosas e parciais, podem manipular uma pseudo-realidade de um modo que você até acredita que a educação brasileira é um exemplo mundial.
Cuidado com as colocações prematuras, com as palavras erradas. O nosso alfabeto, com todas as palavras possíveis de serem criadas, incluindo permutações ilógicas, é insuficiente pra expressar a grandiosidade das bobagens que passam pela mente humana. Cuidado, você pode se equivocar ao dizer que escolheu alguém (seja lá para o que for).
Seja incrédulo quanto as premiações. Isso pode lhe poupar alguns momentos de inconformação. Ora, você não assiste VMB realmente acreditando que Cordel do Fogo Encantado vai ganhar, não é mesmo? Porque se você assiste sabendo que vai detestar ver a banda-relâmpago ganhar o prêmio de "A melhor banda de todos os tempos da última semana", parabéns, você está no programa certo. Para enfatizar essa questão, não se esqueça que Obama acabou de ganhar o Nobel da paz, e Ghandi morreu não ganhando sequer uma medalha-latão da paz.

Isso é para os meus amigos, e para todos que estão mobilizados/sensibilizados/frustrados com o fato ocorrido hoje de manhã sobre quem seria nosso homenageado na formatura. As palavras que usaram para nos confortar foram insuficientes, os dados não expressaram a realidade da maioria (e ainda que fosse minoria, é indiferente) e a premiação vai ser apenas uma premiação. Todos os outros professores continuarão sendo homenageados pelos alunos que os queriam como tal; e o fato de eles não ganharem um presentinho da escola não significa que eles não tenham tamanha expressividade, não significa que eles não mereçam, não significa que eles não sejam especiais da mesma forma. E agora falo por mim, são até mais.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Homem versus baleia

"A vida é fácil, a gente é que complica" - minha professora disse isso na quarta série, bem prosaicamente, como dissesse uma coisinha qualquer, mas eu nunca esqueci. Porque às vezes eu tendo a acreditar que muitas pessoas seriam mais felizes no campo, com as dificuldades do campo, no prazer de sua ignorância. Mas sinceramente, a maioria das pessoas sequer cogitam essa hipótese (pelo menos as pessoas do meu meio urbano).
Pensando em tudo isso eu passei a ver claramente que nós temos um ciclo vital, expresso por invenções-problemas-soluções-invenções. E aí que concluí que praticamente todas as minhas atividades podem ser reduzidas a isso, porque nós, desde os primórdios, nos divertimos criando coisas, coisas cada vez mais complexas que futuramente geram problemas cada vez mais difícies de serem resolvidos; e para isso criamos uma grande solução, ou seja, inventamos algo mais complexo ainda. Eu só não sei se fica claro que essas grandes invenções, das quais nos vangloriamos pela nossa capacidade cognitiva, não passam de soluções para as nossas besteiras. Inventamos coisas que não precisaríamos para nos sentirmos confortáveis, mesmo que essa coisa sirva só para admirarmos e vermos quão extensa é a capacidade humana. Inventamos teorias, teorias sobre teorias que explicam comportamentos que nós mesmos definimos.
Portanto, vivemos em função das coisas mais vagas deste mundo. Vai ver essa é só uma forma para cessarmos certos questionamentos sobre a vida; e parece que somos felizes assim.

Mas tudo isso que eu pensei, foi só para chegar ao seguinte ponto: se um dia você se questionar o porquê das baleias existirem, lembre-se que sua vida não se diferencia tanto da vida delas, tendo em vista que nós buscamos, basicamente, alimento, reprodução e atividades que nos dêem prazer. Muito parecido com uma baleia, com o pequeno diferencial de que baleias não têm crises existenciais, não inventam teorias e não sofrem por coisas que sequer podem ser provadas; e parece que assim elas são felizes.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Foi, não foi, foi

Ando em uma fase modernista,
vou cortar a linearidade, a rima e a métrica,
vou criticar Olavo Bilac,
vou desenhar o abaporu invertido
com o pinico de Duchamp na cabeça.
vou pegar a Monalisa e adaptar seus lindos olhos à Modigliani¹.
Serei concretista,
vou entrar no tropicalismo
e falar que o Batman era macumbeiro.²
Vou juntar tudo isso e pôr na minha redação do ENEM.


¹Amedeo Clemente Modigliani foi um artista plástico italiano, costumeiramente retratava mulheres sem os olhos.
²Referência à música Batmacumba, composta por Caetano e Gilberto Gil.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

É um miocárdio, uma bomba, uma explosão, um choque, um fluxo, uma sinapse, um silogismo, uma verdade. Mas se você pudesse conter a própria visão, você o faria?

Cena 1 – 1º ato

A trama da vida humana se configura como um silogismo, em que as premissas estão relacionadas ao pensar e ao sofrer. Pensar, refletir, supor não é nada mais do que uma forma de aproximar-se da verdade; verdade esta que deve compor um objeto específico, pois a verdade, em sua plenitude, é o mais abstrato dos almejos humanos.
Entretanto, os homens que procuram a verdade sobre algo, sobre algum objeto, mais se aproximam da vaguidão e da obscuridade do conhecimento do que da almejada verdade em si. Nisto consiste o sofrimento. O sofrimento pela descoberta da verdade, ou o sofrimento pela descoberta de que a verdade será constantemente inatingível. Em suma, os pensadores, por transcenderem a realidade comum, são os mais suscetíveis ao sofrimento.
Sofrer não é ser infeliz; pode significar apenas um estado de inquietude com o mundo, um atormentar constante que a vida exerce naquele cujo desafio foi pensar. E em determinado momento (de glória ou erro) pensou. Pensou o teto, o quarto inteiro, seu inteiror – epiderme, derme, vasos, o truncar cardíaco, os sentidos - e exterior, o mundo que lhe circunda; sem saber as conseqüências de um pensar. Sofrer não é ser infeliz e pensar não é algo ruim, mas os cegos têm mais motivos para serem indiferentes com a carência que os rodeia, e são indiferentes por serem cegos. Desta forma os cegos são felizes. Felizes como animais, como raízes, como são por ser, como Caeiro.


Um miocárdio, uma bomba, uma explosão, um choque, um fluxo, uma sinapse, um silogismo, uma verdade.

domingo, 30 de agosto de 2009

Já dizia Jabor...

"Achávamos que acabaríamos em guerra total, em ataques de ETs ou queda de asteróides... não. Seremos destruídos, entre outras besteiras humanas, pelos punzinhos de inocentes boizinhos. Aliás, pensando bem, a humanidade não merece muito mais que isso."